Servidores eram humilhados por presidente do BRB

O presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, está no centro de uma grave crise após a divulgação de áudios e depoimentos que o acusam de cometer assédio moral contra funcionários da instituição. As denúncias trazem à tona um ambiente de trabalho de forte pressão, gritos e linguagem imprópria na alta gestão do banco.

Mesmo após meses de divulgação, a assessoria da instituição afirma que não sabia dos casos e que trata todas as denúncias com seriedade.

As gravações revelam a postura agressiva do presidente durante reuniões internas, indicando que os servidores têm convivido com momentos de exaltação, xingamentos e comentários inapropriados, levantando preocupações sobre a conduta da cúpula do BRB.

Xingamentos e Cunho Sexual

Em um dos áudios, o presidente Paulo Henrique Costa demonstra exaltação ao repreender um servidor por uma apresentação, questionando sua compreensão sobre as diretrizes passadas. “Você não entendeu nada do que eu falei? Se não explicar não adianta”, bradou o presidente, encerrando o trecho com um palavrão.

Outro trecho da gravação evidencia a irritação do presidente com a explicação de um funcionário. “Pois eu acabei de dizer o que vocês me explicaram e não adianta. A apresentação tem que contar a história. Tem que ficar aqui, pra frente, vocês não vão ficar anexados à apresentação. Pelo amor de Deus. Pois você tem a solução pra tudo, apresenta e toca tudo aí. P* que pariu. O outro também é assim. Pelo amor de Deus, p* caramba. Encerrada a reunião.”

Além das demonstrações de fúria e uso de palavrões, outro áudio de natureza ainda mais delicada contém comentários de cunho sexual direcionados a um funcionário, o que pode configurar assédio sexual.

Por fim, o presidente também aborda a questão de grupos internos dentro do BRB, manifestando a intenção de “extirpar” determinadas alas. “Desde já assumo compromisso, com toda a minha força”, afirma ele na gravação, levantando dúvidas sobre a tolerância à diversidade de opiniões ou grupos dentro da instituição.

Servidor confirma assédio

Em reportagem veiculada pela Record TV, na noite de quinta-feira (23), as acusações ganharam peso com o posicionamento do Sindicato dos Bancários. Eduardo Araújo de Souza, presidente do Sindicato dos Bancários (Bancários-DF), foi ouvido em reportagem de Vladimir Porfírio e indicou que o caso já é de conhecimento da categoria, corroborando as denúncias.

Além dos áudios, um funcionário, sob anonimato, falou a reportagem da emissora sobre a conduta do presidente, narrando um episódio de humilhação e punição sumária.” Já presenciei uma situação de que ele humilhou o superintendente por conta de uma apresentação de powerpoint. Por conta de vírgula, cor, de algumas palavras que ele não gostou. Humilhou o superintendente e desmentiu ele.”

O depoimento sugere que as críticas do presidente iam além do conteúdo estratégico, atingindo detalhes triviais da apresentação e culminando na perda da função de um superintendente.

Defesa

Em nota enviada ao Jornal de Brasília, o BRB informou que “não tem conhecimento de denúncias envolvendo qualquer um de seus executivos”.

Ainda em resposta, o “BRB esclarece que trata com seriedade qualquer manifestação relacionada ao ambiente de trabalho” e que “todas as situações são apuradas com responsabilidade, dentro dos princípios legais e institucionais que regem a atuação do banco”. 

“A Instituição adota práticas de governança e compliance, com instrumentos que asseguram a escuta, a apuração e o encaminhamento adequado de eventuais denúncias, preservando a integridade de seus colaboradores e a reputação da instituição.”



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