Para fomentar a cafeicultura no DF, aconteceu nesta sexta o primeiro Workshop de Cafeicultura, como parte da programação da Exposição Agropecuária de Brasília (Expoabra) 2025. A ação também marcou o lançamento da primeira premiação de produção de café – Prêmio do Café do Cerrado Central – para fortalecer a identidade do setor de cafeicultores no DF. A iniciativa foi realizada em conjunto pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) no Distrito Federal, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), junto com a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri/DF).
O objetivo do workshop é debater práticas e tecnologias que promovam inovação e sustentabilidade na produção do fruto no Distrito Federal. A programação contou com palestras, debates e a apresentação de soluções inovadoras para o setor. Além disso, o workshop acontece para impulsionar a produção de café no DF, que hoje conta com cerca de 120 propriedades dedicadas ao cultivo. Desse número, aproximadamente 40 produtores já operam em escala comercial. O café produzido na região tem conquistado espaço no mercado interno e externo, destacando-se por sua qualidade e sustentabilidade. No workshop, compareceram em média, mais de 100 produtores.
Evento destaca inovações e fortalece cadeia produtiva
Segundo Fernando Cezar Ribeiro, presidente do sistema Fape/Senar e do conselho deliberativo do Sebrae, esse workshop permitiu juntar tanto a parte de pesquisa e de extensão, quanto de comercialização para que os produtores rurais tivessem a oportunidade de conhecer toda a cadeia produtiva de café. “Nós também lançamos, juntamente com o Sebrae, o concurso dos cafeicultores. O que vai permitir com que os nossos produtores conheçam mais ainda o seu produto”, disse.
Fernando destacou que o Distrito Federal não é conhecido pela quantidade de produtos produzidos, mas sim pela qualidade da produção. Por isso, ele acredita que esse é mais um passo para organizar ainda mais essa cadeia produtiva tão especial como a da cafeicultura. “A importância desse workshop e do concurso, é justamente dar o reconhecimento aos nossos produtores rurais, daqueles produtos de qualidade que eles já criam. Nós temos já um produtor rural aqui no DF, sendo reconhecido como o maior café do Brasil”, completou. Além disso, essa movimentação mostra que o setor está unido, com a participação de entidades como a Emater, Embrapa e a Associação dos Engenheiros Agrônomos.
O gerente de atendimento setorial do Sebrae, Carlos Cardoso, explicou que o workshop é um passo muito importante para posicionar e dar a diferenciação aos produtores de café, ao incentivar e oferecer soluções e produtos para que eles possam produzir cada vez melhor os seus cafés. De acordo com Carlos, o Sebrae atua com alguns pilares que vão desde a capacitação a consultoria desses cafeicultores. “A consultoria é a parte de organizar a empresa, e temos também a parte de acesso ao mercado, que foi o tema tratado no evento”, declarou.

Premiação busca valorizar cafés especiais do DF
No workshop, o Sebrae lançou ainda uma marca desenvolvida para o prêmio de café. Segundo Carlos, o edital do concurso vai ser publicado no dia 9 de setembro, com todo o regulamento de prazo para os produtores se inscreverem e entregarem as amostras. Carlos assegurou que todos os participantes do concurso receberão um certificado de participação. O que ele acredita ser outro diferencial de posicionamento no mercado.
Eduardo Schulter, superintendente do Senar, explica que o lançamento do prêmio de café do Cerrado Central, é um projeto que o sistema Fape/Senar está trabalhando com o apoio do Sebrae, Seagri DF e diversos parceiros do setor. Ele explicou que o workshop teve o objetivo de apresentar alguns estudos e trabalhos que estão sendo desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e outras instituições pra desenvolver a cadeia do café do Distrito Federal. “Mas o grande mote do evento foi apresentar o prêmio que vai acontecer dia 28 de outubro no Sebrae Lab”, frisou.
Ainda segundo Eduardo, ao longo de setembro e outubro a entidade vai receber as amostras dos cafés dos produtores do Distrito Federal, para fazer a torrefação e a avaliação pelos técnicos e especialistas nesse tipo de metodologia internacional de avaliação de cafés. No dia 28 de outubro, os três melhores cafés do Distrito Federal serão apresentados, além de todos aqueles que tiverem pontuação acima de 80, que é a classificação de café especial.
Cafeicultura do DF está em crescimento
Carlos Coutinho, 79 anos, é produtor rural do Café Minelis, e esteve no workshop de cafeicultura na Expoabra. O café de Coutinho é bem reconhecido fora de Brasília, premiado nacionalmente, entre os prêmios, em 2017, 2019, 2020, 2021 e 2022 seu café foi selecionado entre as melhores amostras no prêmio “Coffee of the Year”, concurso realizado anualmente durante a Semana Internacional do Café. Ele acredita que o DF é um local muito propício para a produção de cafés especiais. “Temos a altitude muito boa, e mesmo com o período de seca muito longa, nos corrigimos com a irrigação. E nós temos uma temperatura propícia para a cultura do café, além de um regime de chuva razoável”, comentou. Para ele, esse workshop mostra a mudança de mentalidade em relação à importância do café no DF. “Esses eventos fazem a promoção dessa cultura que tem muito a crescer no DF”, afirmou. Ele achou o evento muito bem organizado e observou que as entidades do setor de produção de café estão fazendo um trabalho fantástico ao promover a cafeicultura na região.
Antônio Barreto, presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Distrito Federal e secretário da Seagri/DF, afirmou que a Associação está patrocinando o prêmio do café que foi lançado no workshop. Para ele, é essencial a existência dessa premiação que vai acontecer pela primeira vez no DF, porque a iniciativa visa estimular os produtores a produzirem com tecnologia, qualidade e mais eficiência. A ação serve também de vitrine para os produtores de Brasília. “Está começando a ter mais produção tanto de cafés especiais, como cafés artesanais. E esse concurso é pela primeira vez um modo de valorizar essas iniciativas, então nós representamos os profissionais engenheiros agrônomos que dão essa assistência técnica e estimulam que os produtos tenham cada vez mais qualidade”, finalizou.