Llançada oficialmente nesta sexta-feira (30), a terceira edição do projeto Toca Literária do Cerrado foi realizada entre as árvores e a vegetação nativa, num cantinho aconchegante do Parque Ecológico Saburo Onoyama, em Taguatinga. A estrutura oval, coberta por um tecido vermelho, é repleta de elementos do Cerrado – desde o conteúdo dos livros, pelúcias e almofadas que compõem a área interna até as esculturas que cercam o lado de fora, parecendo uma tenda encantada.
A iniciativa ficará no local até o dia 8 de junho, com oficinas de mediação literária e arte, rodas de leitura e vivências com passeios guiados pelo Cerrado.
A iniciativa utiliza a arte para promover educação ambiental e conta com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), além do apoio do Instituto Brasília Ambiental. No último ano, o projeto passou pelo Parque Ecológico do Riacho Fundo e alcançou cerca de 1,5 mil pessoas.
O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, ressaltou a importância do projeto, que educa de forma lúdica sobre a preservação do cerrado. “Traz uma proximidade com as pessoas, principalmente com as crianças. Mas até eu, que sou adulto, entrei e fiquei encantado com as esculturas. A gente vê vários animais nativos do Cerrado, isso é muito importante e agrega muito às nossas Unidades de Conservação, porque estimula e alerta a sociedade a evitar o dano ambiental”.
Acesso e conscientização
O espaço é de acesso gratuito para a comunidade, que pode vivenciar momentos em família com leituras e interações com os elementos expostos no local. Além disso, a parceria com o Brasília Ambiental promove a união com o projeto Parque Educador, levando a educação ambiental para as crianças com livros que falam da flora, da fauna e das águas do cerrado – todos ilustrados e vários em Braille. Reforçando a acessibilidade, o projeto também conta com um audiodescritor.
A idealizadora da Toca Literária, Cristiane Salles, é professora aposentada e frisou que o local estimula a imaginação. “A gente começa com um passeio ao redor da toca, depois entramos e tem os bichos maravilhosos do cerrado, tanto de pelúcia como em esculturas de madeira. É um espaço para sensibilizar as crianças e os pais sobre o cuidado com o nosso bioma, porque com as mudanças climáticas essa geração tem que crescer pensando nisso”.
A dona de casa Eliane Braga, de 68 anos, passeava pelo parque com o cachorrinho e logo se encantou pelo local, que já estava cercado por estudantes da rede pública que visitavam a Unidade de Conservação e ficaram para a inauguração da Toca. “As crianças podem até esquecer o conteúdo que a professora passa na sala de aula as vezes, mas nunca vão esquecer uma visita dessas. É um trabalho feito in loco, no meio de um parque, então os pequenos vão abrindo olhinho para a importância do tema”, observou.
O agente de Unidade de Conservação do Parque Saburo Onoyama, Juliano de Queiroz Souza, afirmou que quem chega à unidade já pergunta sobre a estrutura logo na entrada. “Acreditamos que o espaço vai ser bastante utilizado. Desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em junho de 1972, foi definido que a educação ambiental aconteceria de forma transversal, no currículo escolar. Desde então, os parques, principalmente aqui no Brasil, já vem trabalhando o tema de educação ambiental. A Toca Literária incentiva que isso seja trabalhado de uma forma mais forte”.
*Informações de Jak Spies, da Agência Brasília