A Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs) sediou, neste mês, a oficina de construção da Política Distrital de Atenção Integral à Saúde da População em Situação de Rua, reunindo profissionais da Secretaria de Saúde (SES-DF), da Defensoria Pública do DF (DPDF) e de projetos sociais. O objetivo é revisar a minuta do documento e consolidar estratégias intersetoriais voltadas a um cuidado mais justo e abrangente para quem vive nas ruas do Distrito Federal.
O chefe da Casa Civil do DF, Gustavo Rocha, destacou a importância da iniciativa e lembrou dados do 2º Censo Distrital da População em Situação de Rua, do IPEDF, segundo o qual 52% das pessoas em situação de rua receberam atendimento em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
“Esse resultado é fruto da atuação das Equipes do Consultório na Rua, que oferecem um atendimento digno e orientam sobre o acesso à assistência médica”, afirmou Rocha.
Ele acrescentou que a nova política reforçará o compromisso do Estado com o direito à saúde.
“É dever do Estado garantir o acesso à saúde, e estamos atentos para que esse atendimento seja realizado da melhor forma possível para todos”, completou.
Durante os encontros, os participantes discutiram princípios, diretrizes e objetivos da política, revisando capítulos e propondo ajustes ao texto. A metodologia incluiu rodízio entre grupos, permitindo contribuições amplas e a formação de um texto baseado no consenso.
O coordenador da Atenção Primária à Saúde (Coaps), Afonso Mendes Júnior, ressaltou o caráter participativo do processo:
“Elaborar uma política pública é algo complexo, ainda mais quando se trata de um grupo tão vulnerável. Construir esse documento de forma coletiva é essencial para que ele esteja alinhado aos princípios de equidade do SUS e às necessidades reais dessa população”, disse.
Após a consolidação das contribuições, o texto será avaliado por diferentes setores e, posteriormente, disponibilizado para consulta pública. A previsão é de que a política seja publicada até o fim do ano.
A enfermeira e mediadora da oficina, Marília Perdigão, reforçou que o documento deve servir como guia de referência para os profissionais de saúde.
“Queremos que essa política contribua para tornar o atendimento mais humano e acessível, além de garantir visibilidade e respeito aos direitos das pessoas em situação de rua”, afirmou.
Com informações da Secretaria de Saúde