A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 18ª Delegacia de Polícia de Brazlândia, deflagrou nesta terça-feira (2) a Operação Black Widow, que resultou na prisão de dez integrantes de uma organização criminosa com base em Montes Claros/MG, especializada em extorsões praticadas pela internet.
As investigações, conduzidas ao longo de seis meses, apontaram que o grupo atuava de forma descentralizada, aplicando golpes em clientes de sites de relacionamento e de acompanhantes, com vítimas em diferentes estados do país.
Modus operandi
A ação criminosa tinha início quando a vítima acessava sites de acompanhantes. Um dos integrantes se passava por prestador de serviço e, a partir daí, outros membros do grupo entravam em contato com dados pessoais sigilosos da vítima, obtidos por ataques de phishing.
A extorsão ocorria em etapas: primeiro, os criminosos exigiam valores sob a justificativa de “tempo da acompanhante”, mesmo sem que o serviço tivesse sido prestado. Em seguida, passavam a cobrar o chamado “valor da facção”, acompanhado de ameaças graves, incluindo áudios e vídeos com criminosos armados e citações de locais frequentados pelas vítimas.
Prejuízos causados
Nos últimos cinco anos, a organização fez cerca de 250 vítimas somente no DF, seis delas em Brazlândia, gerando prejuízo estimado em R$ 1 milhão.
Em 2025, já haviam sido identificadas aproximadamente 80 vítimas no DF, com lucro de R$ 300 mil.
A atuação do grupo também foi constatada em estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Piauí, elevando o prejuízo a mais de R$ 15 milhões em todo o país nos últimos cinco anos.
O nome Black Widow faz referência à aranha viúva-negra, em alusão à estratégia de “seduzir a vítima e, em seguida, atacar por meio da extorsão”.
A ação contou com o emprego de 79 policiais civis, sendo 20 da PCDF (18ª DP), 43 da Polícia Civil de Minas Gerais, incluindo equipes de Montes Claros, e 16 policiais da CORE/MG, especializados em operações de alto risco.
Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão e dez de prisão temporária, expedidos pelo Juízo de Garantias do Distrito Federal. Os alvos, que ocupavam funções de liderança, logística e suporte financeiro, foram presos.
Durante a operação, foram apreendidos aparelhos celulares, eletrônicos, armas, veículos e documentos, além da coleta de provas sobre movimentação financeira ilícita e lavagem de dinheiro.