Número de crianças e adolescentes atendidos nos Caps cresce mais de 33% no DF

O número de atendimentos a crianças e adolescentes nas unidades do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do Distrito Federal cresceu 33,47% entre 2023 e 2024, alcançando os maiores índices registrados nos últimos sete anos. O maior salto foi observado na faixa etária de 10 a 14 anos, que passou de 9,2 mil para 13,5 mil atendimentos — um aumento de 45,6%. Já entre jovens de 15 a 19 anos, os atendimentos subiram de 13,5 mil para 16,9 mil, representando um crescimento de 25,15%.

Mesmo com o pico em 2024, os dados parciais de 2025 indicam uma leve retração no início do ano. No primeiro trimestre, foram registrados mais de 3,5 mil atendimentos para crianças de 10 a 14 anos e mais de 4 mil para adolescentes de 15 a 19 anos. No mesmo período de 2024, os números foram superiores: 3,6 mil e 4,3 mil, respectivamente.

Segundo a subsecretária de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), Fernanda Falcomer, a ampliação do atendimento tem sido uma das prioridades da pasta. “Estamos em processo de expansão da rede para garantir mais acesso às crianças, adolescentes e suas famílias”, afirma.

Ansiedade é principal alerta

A elevação na busca por atendimento reflete uma preocupação crescente com transtornos mentais nessa faixa etária, em especial a ansiedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 10% e 20% dos adolescentes no mundo enfrentam algum tipo de problema de saúde mental. Globalmente, a ansiedade já figura como a oitava principal causa de doença e incapacidade entre jovens, enquanto a depressão ocupa a nona posição.

No Distrito Federal, não há dados específicos sobre diagnósticos de ansiedade, mas o médico Thiago Blanco, referência técnica distrital em psiquiatria da SES-DF, observa uma tendência de crescimento clínico nos casos. “A ansiedade é a nossa grande preocupação atual do ponto de vista epidemiológico”, afirma.

Blanco explica que os sintomas mais frequentes envolvem preocupações excessivas e medos exagerados que comprometem o desempenho escolar, os vínculos familiares e a convivência social. “O tratamento exige apoio multidisciplinar e pode incluir o uso de medicações, dependendo da gravidade”, diz. Segundo ele, além do atendimento profissional, é essencial oferecer um ambiente acolhedor em casa, na escola e em outros espaços de convivência.

Rede de cuidados

O atendimento a crianças e adolescentes com transtornos de ansiedade pode ser iniciado nas unidades básicas de saúde (UBS) e, em casos mais graves, direcionado às unidades do Caps. Os Caps são voltados a pessoas com sofrimento psíquico intenso, inclusive quando há uso problemático de álcool e outras drogas, tanto em situações de crise quanto nos processos de reabilitação.

Nessas unidades, o cuidado é estruturado por meio de projetos terapêuticos singulares, construídos em conjunto com o paciente e sua família. As atividades são majoritariamente coletivas e integradas com outras frentes da rede de saúde e assistência social.

A SES-DF reforça que a ampliação do acesso e a qualificação da rede de saúde mental são essenciais para lidar com os desafios enfrentados por crianças e adolescentes no contexto atual.

Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)

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