Zeno Gonçalves pretende licitar Zona Verde no segundo semestre e quer privilegiar transporte coletivo e mobilidade ativa
Nomeado há menos de um mês como novo titular da Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (Semob), Zeno Gonçalves, aposta na ampliação das linhas de ônibus, na modernização do transporte coletivo, na integração de modais, incluir as bicicletas compartilhadas no sistema e implementar novamente o serviço de aluguel de patinetes elétricos para melhorar a vida do brasiliense. E, para isso, a implementação do projeto Zona Verde, concessão de estacionamentos rotativos na área centra de Brasília, segundo o gestor, é essencial.
“A grande ideia do Zona Verde é privilegiar o transporte público e tirar o carro da rua para que as pessoas entendam que usar o transporte público é bom. Por que o usuário que deixa o carro estacionado o dia inteiro não vai querer pagar R$ 45,00 a R$ 50,00 no estacionamento (rotativo). Além de arrecadar esse valor, (o GDF) coloca esse pessoal para viabilizar o transporte (coletivo)”, explica.
Segundo o secretário, o valor arrecadado nos estacionamentos pagos poderá ser investido na mobilidade ativa e em benefício dos usuários dos ônibus. “Esse valor pode ser revertido para o fundo de transporte, por exemplo, para a construção e reconstrução de ciclovias, na renovação de frota (das empresas de ônibus) e em tecnologia do sistema (de transporte do DF). A ideia do Zona Verde é melhorar e oferecer um transporte público mais adequado e com mais usuários”.
Para dar continuidade ao processo de concessão dos estacionamentos rotativos na região central de Brasília, porém, a Semob vai precisar explicar algumas contestações feitas pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) sobre o projeto. “O TCDF é o grande orientador técnico e está analisando todos requisitos para nos autorizar a soltar a licitação. Já estamos na reta final para ajustar todos os detalhes e, se tudo correr bem, no segundo semestre a gente publica o edital (de licitação)”, justifica.
Linhas de ônibus e tarifa
Ainda de acordo com Zeno Gonçalves, uma das determinações do governador Ibaneis Rocha é ampliar o sistema de transporte, baixar o custo, mas de forma sustentável. O que, segundo ele, é um desafio pela quantidade de novos empreendimentos imobiliários que nascem no DF. “A cada novo empreendimento, as pessoas precisam do asfalto, da educação, da saúde e também do transporte. Quando amplia linha, precisa aumentar a frota. E isso é um desafio, porque tem um custo. A cada ônibus que você pede para empresa comprar a mais, aumenta o custo e é preciso remunerar a empresa e repassar o valor daquele investimento”, diz.
“E a orientação do governador é não aumentar a tarifa para o usuário”, complementa.
Ciclovias
O Distrito Federal possui a segunda maior cicloviária do país, com cerca de 700km, mas usuários reclamam da falta de conexão em alguns trechos. Zeno explica que a Semob-DF já tem estudos prontos e mapeados com 105km para interligar as ciclovias existentes. Ele conta que há projetos mais antigos também para construir mais 27,5km de ciclovia. “Com isso, vamos otimizar muito o uso das ciclovias, porque quando você interliga sem interromper facilita a vida do usuário para fazer integração com estação do metrô e terminal rodoviário”. Ele acrescenta que, para implementar o programa cicloviário, outros órgãos do GDF serão chamados, assim como serão ouvidos os ciclistas da ONG Rodas da Paz e especialistas em mobilidade ativa da Rede Urbanidade.
“E tudo isso será executado até o final do governo Ibaneis”, promete, ao final da entrevista.
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Expansão de bikes compartilhadas e volta do patinete elétrico
O secretário da Semob adianta ainda que pretende expandir o aluguel de bicicletas compartilhadas para todas as demais regiões administrativas do DF, segundo era previsto no início da implantação das estações no Plano Piloto. De acordo com ele, a empresa concessionária já foi acionada para apresentar um plano de expansão. “Além das bicicletas, a Tembici tem a concessão dos patinetes elétricos e eu quero ouvir dela se vai implantar ou não porque, se não implantar, vamos fazer um chamamento público para, além de expandir as (estações) bicicletas, também ter a opção do patinete”, conclui.