Conhecido em todo país por seus trabalhos, o artista plástico Francisco Galeno, deixou o mundo das artes em luto nesta segunda-feira (02/06). Aos 67 anos, Galeno foi encontrado sem vida em seu ateliê, em Parnaíba-PI. Entre tantas obras, o artista é responsável pelos famosos paineis no interior da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, em Brasília.
O artista deixa seis filhos, e um legado grandioso para o mundo das artes no País. De acordo a família, Francisco Galeno estava com dengue, porém teria relutado em procurar assistência médica. Ele foi encontrado morto ao lado da cama, nesta tarde.
A causa da morte ainda não foi divulgada e não há informações sobre o velório. O filho do artista, João Galeno, afirmou que deseja que o corpo do pai seja transferido para Brasília.
Francisco Galeno, pintou os afrescos atuais no interior da igrejinha Nossa Senhora de Fátima, em 2009, utilizando elementos da cultura popular, como carretéis de linha, pipas e bandeirinhas, além de uma Nossa Senhora no altar.

Radicado em Brazlândia, Distrito Federal, o artista nasceu em 1957, na Parnaíba-PI, numa família de artesãos. O pai era pescador e fabricava canoas, a mãe era costureira e fazia rendas. Seu avô era vaqueiro e preparava selas e arreios de couro. Galeno resolveu pintar e passou a freqüentar exposições nas galerias, a olhar revistas e a pesquisar em livros, arriscando as cores.

Conhecido em todo o país por seus trabalhos, Galeno possui Brasília como inspiração, para seus quadros e esculturas. Apesar de ser reconhecido nacionalmente, ele fez questão de continuar morando em Brazlândia, desde 1975. Na região, ele também mantém um ateliê onde guardava suas memórias de infância e muita tinta.
Repletas de cores e formas, as pinturas de Galeno têm alegria e retratam o desejo de felicidade do povo. Suas obras tem relação com a tradição da arte construtivista brasileira de Alfredo Volpi e Rubem Valentim, que se vale de formas geométricas, de síntese e de abstração.

O artista já participou de dezenas de exposições, individuais e coletivas, em vários estados brasileiros e fora do país, se tornando um dos artistas de Brasília que alcançou maior reconhecimento nacional.
Sua arte partiu do cotidiano e da realidade em que vivia com a sua família. Ele começoi a trabalhar com os carretéis a mãe usava na costura e com os anzóis que o pai usava na pescaria. O artista definia sua arte com um retrato “do lado bom do Brasil”.

Inspirado no artista Arthur Bispo do Rosário, descoberto em um manicômio do Rio de Janeiro, Galeno trabalhou em um projeto para homenagear os loucos de estrada, intitulado “Loucos de BR”. Para ele, os loucos que ocupam as estradas eram verdadeiros artistas, pois sãi curadores de objetos que reutilizam e usam para se enfeitar.