O novo Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) do Distrito Federal propõe transformar o cenário habitacional da capital, que atualmente enfrenta um déficit de mais de 100 mil moradias, segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF). A revisão do plano busca garantir moradia digna à população, com foco em soluções inclusivas, sustentáveis e integradas ao planejamento urbano.
“O PDOT tem como prioridade reduzir o déficit habitacional e priorizar a população de baixa renda”, afirma Mário Pacheco, coordenador de Planejamento Territorial e Urbano da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh). Segundo ele, o plano prevê ações sob medida para cada região administrativa, com base em características socioeconômicas e de infraestrutura.
Entre as propostas, estão a oferta de imóveis prontos, lotes urbanizados, locação social, moradia emergencial e assistência técnica gratuita para famílias de baixa renda. Também estão previstas Áreas de Oferta Habitacional de Interesse Social em regiões como Sol Nascente/Pôr do Sol, Santa Maria, Riacho Fundo e Sobradinho.

O plano destaca ainda o uso de zoneamento inclusivo — instrumento que obriga novos empreendimentos a destinarem parte das unidades para habitação de interesse social em regiões com infraestrutura e acesso ao transporte público. “É uma mudança de paradigma: o zoneamento agora induz a inclusão social e o direito à moradia”, reforça Pacheco.
Outra diretriz é o aproveitamento de vazios urbanos e edificações subutilizadas dentro da área urbana consolidada, evitando expansão desordenada e promovendo a inclusão territorial. As ações priorizam regiões com infraestrutura já instalada, permitindo o crescimento planejado e eficiente.
Com essas medidas, o PDOT visa tornar o Distrito Federal uma referência em urbanismo inclusivo, utilizando ferramentas como a Outorga Onerosa do Direito de Construir para financiar habitações sociais e garantir cidades mais equitativas, resilientes e acessíveis.