O Distrito Federal atingiu, em 2023, o maior número de unidades industriais com cinco ou mais empregados desde o início da série histórica da Pesquisa Industrial Anual (PIA-Empresa), realizada pelo IBGE desde 2007. O setor industrial, responsável por 3,9% do PIB local em 2022, foi também o que mais cresceu em volume naquele ano — alta de 8,4%, superando os serviços, que avançaram 3,7%.
Segundo o levantamento, o DF conta com 1.408 estabelecimentos industriais, que somaram R$ 10,7 bilhões em receita líquida de vendas. A indústria de alimentos foi responsável por R$ 3 bilhões desse total, enquanto o setor de minerais não metálicos respondeu por 27,9% do Valor de Transformação Industrial (VTI). O desempenho é resultado de políticas públicas, qualificação de trabalhadores e estímulos econômicos que fortalecem o ambiente produtivo local.
“O setor produtivo é essencial para a economia de qualquer estado. Ele gera riqueza e oportunidades. Estamos lançando um pacote de quase 50 mil qualificações profissionais até o fim do ano para que as pessoas possam assumir novas vagas”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Thales Mendes.
A pasta é responsável por programas como o QualificaDF e o QualificaDF Móvel, que oferecem cursos gratuitos em diversas áreas, e pelo Renova-DF, que capacita profissionais enquanto promove reformas em espaços públicos. O programa, que já qualificou mais de 110 mil pessoas, também concede bolsa equivalente a um salário mínimo, vale-transporte e seguro contra acidentes.
Histórias como a de Jéssica Lopes, 28 anos, ilustram o impacto dessas iniciativas. Após participar do Renova-DF, ela conseguiu emprego em uma padaria. “Eu estava em uma situação difícil, passando fome. Depois do programa, tudo mudou. Foi mágico”, contou.
O presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra), Jamal Jorge Bittar, ressaltou a importância do apoio do governo: “O GDF tem sido um grande parceiro. O Emprega DF, por exemplo, já soma R$ 16 bilhões em faturamento anual com 40 empresas participantes e 55 mil empregos diretos e indiretos”.
A atração de grandes marcas como Amazon, Mercado Livre, Coca-Cola e ArcelorMittal, além da ampliação do Aeroporto de Brasília, reforça o papel da capital como polo logístico e industrial.
De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF), o setor empregava 67 mil pessoas no primeiro trimestre de 2025, alta de 28,6% em relação ao período anterior. A remuneração média foi de R$ 3.761 — acima da média nacional.
Na construção civil, responsável por mais da metade do valor adicionado do setor industrial em 2022, o crescimento foi impulsionado por medidas do GDF, como a redução do ITBI e a aprovação do Ppcub. “Essas ações destravaram negócios e estimularam a geração de empregos e renda”, avaliou o presidente do Sinduscon-DF, Adalberto Valadão Júnior.
Empresas inovadoras, como a BubbleDeck, que utiliza tecnologia sustentável de origem dinamarquesa, também têm se instalado na capital. “Brasília oferece um ambiente favorável ao empreendedorismo e à inovação”, afirmou o diretor da empresa, Bruno Goretti.
Para o trabalhador José da Cruz Martins, contratado pela BubbleDeck, o emprego significou uma nova fase. “Mudou minha qualidade de vida e a da minha família. Foi uma grande oportunidade.”
Com informações da Agência Brasília


