GDF pressiona União por investimento permanente para transporte público


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O transporte público do Distrito Federal atravessa um momento de contrastes. Apesar de contar com uma das frotas mais novas do país, idade média inferior a três anos e mais de 1.200 veículos modernos, o sistema enfrenta custos operacionais crescentes e uma redução no número de passageiros.

O diagnóstico foi apresentado pelo secretário de Transporte e Mobilidade do DF (Semob), Zeno Gonçalves, durante o Seminário Nacional da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), realizado em Brasília hoje e que se estenderá até esta quarta-feira (13/08).

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Foto: Afonso Ventania

Segundo o gestor, o subsídio tarifário praticamente dobrou, alcançando cerca de R$ 1,7 bilhão. Ainda assim, a participação dos ônibus na divisão modal caiu 10% nos últimos anos, em um movimento de migração para carros e motos, fenômeno agravado pela pandemia.

“Hoje, 70% do custo do transporte é subsidiado pelo GDF. É preciso que mais gente entre nessa conta, inclusive o governo federal precisa enfrentar isso e garantir uma fonte permanente de investimento. Afinal, o transporte é o tema mais transversal quando falamos em qualidade de vida e desenvolvimento. Para acessar outros serviços, a população precisa do transporte”, afirmou Gonçalves.

O secretário defendeu obras de grandes corredores e expansão dos BRTs como solução para atrair usuários e reduzir os congestionamentos. Ele também destacou a necessidade de melhorar a mobilidade ativa, integrar ciclovias e qualificar pontos e terminais.

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Foto: Afonso Ventania

A realidade enfrentada pelos usuários reforça a urgência dessas mudanças. Segundo relatou o próprio secretário Zeno, Joselina, trabalhadora da saúde com quem conversou, sai de casa, em Brazlândia, às 4h05 para chegar ao trabalho às 7h e só retorna às 22h. Seis dias por semana. “É cansativo, mas não tenho outra opção”, disse ela ao secretário. Casos como esse ilustram a pressão sobre um sistema que, apesar da tarifa congelada até 2026 e da possibilidade de integração, ainda sofre com lotação e demora em alguns trajetos, reconhece Gonçalves. “Estamos tratando de vidas e precisamos devolver vida à essas pessoas. Quantas horas elas ficam presas dentro dos ônibus lotado diariamente. Transporte não é custo, é investimento para tratar as pessoas com dignidade”, reflete.

Outro desafio destacado por Zeno é o transporte do Entorno, que leva diariamente cerca de 350 mil passageiros para Brasília. O DF e o governo de Goiás formaram um consórcio para gerir o serviço, mas aguardam resposta da União. “Se houver negativa, teremos que explicar à população que a competência é federal e que cabe ao governo federal assumir a responsabilidade”, alertou.

Governo federal

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Foto: Afonso Ventania

Em resposta, o diretor do Departamento de Regulação da Mobilidade e Trânsito Urbano do Ministério das Cidades, Marcos Daniel, afirmou que o governo federal reconhece a necessidade de garantir estabilidade e previsibilidade no financiamento do transporte público, incluindo o DF.

Desde a retomada do Ministério das Cidades, duas frentes são prioridade, acrescentou Marcos Daniel: melhoria da infraestrutura e renovação da frota. “Já foram destinados recursos para corredores exclusivos, terminais e sistemas BRT, além de linhas de crédito e apoio para aquisição de ônibus, inclusive elétricos”. Segundo Daniel, a segunda rodada está aberta para receber novos projetos de estados e municípios.

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Foto: Afonso Ventania

A União também apoia a criação de um marco legal que está sendo discutido no Congresso Nacional para assegurar a continuidade dos investimentos, protegendo a política de eventuais mudanças de gestão. Segundo Marcos Daniel, o DF e o Entorno são prioridade nesse diálogo. “Estamos empenhados em buscar soluções conjuntas, ouvindo gestores locais e planejando ações que unam eficiência e qualidade. Estamos formulando um estudo nacional com o BNDES para mapearmos uma rede e integrarmos algumas regiões metropolitanas que têm diferentes gestores que precisam dialogar entre si para criarem algo que se integre”, concluiu.


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