RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
Filipe Luís deixou o Maracanã com a sensação de dever cumprido. Mais que a vitória que fez o time dormir na liderança do Campeonato Brasileiro, ele atingiu o outro objetivo no duelo com o Sport: dar confiança a peças do elenco que não passavam por boa fase.
Autor de dois gols, Bruno Henrique é um exemplo. Ele não balançava a rede desde 25 de agosto, quando o Rubro-Negro bateu o Vitória por 8 a 0. De lá para cá, teve atuações aquém do esperado e foi alvo de críticas da torcida.
Soma-se a isso o fato de o camisa 27, sem ainda saber da fratura de Pedro, ter dito que não gostaria mais de jogar de centroavante. Declaração da qual, posteriormente, o próprio jogador recuou.
“A torcida hoje foi determinante para a vitória. Quando jogadores que não estão na melhor forma, como Lino e Bruno Henrique, entram em campo, que não estão com a confiança elevada, eles não receberam a cobrança que costumam receber. Então, o torcedor foi determinante para a recuperação dos jogadores no decorrer do jogo”, disse Filipe Luís.
O placar foi aberto por Bruno Henrique em jogada de Samuel Lino, que avançou bem e achou o companheiro nas costas da defesa.
“O Lino começou errando, mas foi recuperando bolas, se encontrando e voltando a ser o Lino. Não dá para colocar um jogador desse preço na gaveta porque vai ser vaiado. Essa é a capacidade que o torcedor tem sobre os jogadores. E fizeram isso. Os dois foram importantes. […] Não quero ensinar o torcedor, mas queria que ele entendesse a potência que tem para mudar o desempenho.
Contratação mais cara da história do Flamengo, Lino chegou sob grande expectativa e correspondeu rapidamente, mas viu o desempenho cair e se tornar alvo, tendo sido até mesmo chamado de “peladeiro” em pichação no muro da Gávea.
“Tudo é um processo. Chegar em um clube novo, na metade da temporada, onde as coisas já estavam acontecendo… Meu primeiro jogo foi em uma oitavas de final da Copa do Brasil, se não me engano. Então, quando tem maturidade, cabeça no lugar e entende de futebol, compreende que é um processo”, disse o atacante após a vitória de hoje.
“No dia 29 fiz três meses de Flamengo, então, é tudo muito cedo. Claro, chega com vontade de mostrar seu futebol, as pessoas criam esperança e, depois de um momento, as coisas não acontecem como gostaria, mas sempre tive a cabeça tranquila. Foram três meses de aprendizado e bem tensos no Brasil (risos), mas mostrou muita coisa e estou confiante”, disse o jogador Samuel Lino.
Outro nome que foi titular e não estava tendo muitas oportunidades foi o volante De la Cruz. Contra o Sport, o uruguaio foi importante e, inclusive, apareceu como alternativa em chutes de média distância, quando o time indicava dificuldades em furar o bloqueio adversário.
“O Nico, na minha visão, com sequência de treinos, ele performa em nível de clube grande europeu. É muito diferente. Mas várias coisas aconteceram antes do Mundial. Ele perdeu treinos, perdeu jogos, teve uma gripe. Foram vários detalhes que tiraram ele da sequência importante para o físico dele. Ele não teve sequência e nem competiu por posição. Mas o Nico com ritmo é um jogador top”, elogiou o treinador.
Juninho, por outro lado, entrou no decorrer do duelo, mas ainda não conseguiu se colocar na briga por vaga no time. “O Juninho não teve a sequência necessária nem a confiança que precisa para performar e se colocar no time de forma unânime. Só depende dele”, concluiu o treinador.



