Responsável pelo aterro sanitário Ouro Verde, há cerca de 9 km de Brazlândia, a empresa Ouro Verde foi multada em R$ 37,5 milhões pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad), após a primeira etapa da apuração dos danos causados pelo deslizamento de uma pilha de lixo, ocorrido no dia 18 de junho.
A Semad atua no local, para remover os 42 mil metros cúbicos de resíduos que desabaram. Um reforço de maquinário foi solicitado e cedido pela Prefeitura de Padre Bernardo, que também colabora com a abertura de acessos à área afetada. O desmoronamento da montanha de lixo contaminou o córrego Santa Bárbara, usado por agricultores da região.
Na última quarta-feira (25/06), a Justiça decretou o bloqueio de bens no valor de R$ 17,1 milhões, da empresa Ouro Verde Construções e Incorporações Ltda, e de Marinea da Costa Silva de Oliveira e de Felipe Costa de Oliveira, sócios-proprietários do lixão de Padre Bernardo.
O bloqueio foi provocado por ação civil pública proposta pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Semad e PGE requereram o bloqueio em razão da “inação grave” dos donos do lixão, “falhando em comunicar o incidente e apresentando propostas de ação emergencial que inicialmente foram consideradas tecnicamente deficientes e inadequadas, conforme análise técnica”.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) proibiu a empresa Ouro Verde de receber resíduos sólidos. Em setembro de 2023, o TRF-1 havia concedido uma liminar autorizando a operação do lixão onde houve o desmoronamento de lixo.
“Como se pode notar, o efeito suspensivo [que permitia o funcionamento do lixão] fora concedido pelo TRF da 1ª Região quando ainda não havia ocorrido o acidente ambiental do dia 18/06/2025”, explica o juiz.
O deslizamento noticiado em primeira mão pelo Jornal de Brasília gerou graves danos ambientais à região. Para conter os danos ambientais, a Semad autorizou parcialmente no dia 24 de junho, o início das obras para implantação de um desvio emergencial do Córrego Santa Bárbara. A medida visa impedir que o curso d’água continue atravessando a região onde houve o desmoronamento e evitar que a água entre em contato direto com os resíduos, o que causou contaminação ambiental.