Dia das crianças deve movimentar R$ 9,96 bilhões e promete ser o melhor dos últimos dez anos

Por Vítor Ventura 

Com o Dia das Crianças chegando, a busca pelo presente dos pequenos se intensifica. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a data comemorativa deve movimentar R$ 9,96 bilhões no varejo brasileiro. Caso a estimativa esteja certa, será o maior volume de negócios para a data nos últimos dez anos, superando os R$ 9,85 bilhões do ano passado.

A expectativa no Distrito Federal também é boa. Segundo uma pesquisa do Instituto Fecomércio-DF, a maioria dos consumidores da capital (66,2%) pretendem presentear neste Dia das Crianças. O valor médio que os clientes devem investir nas compras é estimado em R$ 232,67. Houve um aumento de 9,8% em relação a 2024 (R$ 211,90). Já a expectativa média de crescimento das vendas para 2025 no DF é de 10%.

De acordo com a CNC, mesmo com a projeção de que o varejo irá movimentar quase R$ 10 bilhões para essa data comemorativa, os juros e a inadimplência elevados devem impedir um avanço mais significativo das vendas. A previsão é de um crescimento de apenas 1,1% em relação a 2024. Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, “a inflação em patamares ainda elevados e a maior taxa de juros em 20 anos podem ser apontados como alguns dos responsáveis pelo crescimento reduzido na estimativa de vendas em comparação ao ano anterior”.

A confederação aponta que o Dia das Crianças é considerado o terceiro evento mais relevante do calendário das datas sazonais do varejo nacional, atrás apenas do Natal, que movimentou R$ 72,8 bilhões no ano passado, e do Dia das Mães (R$ 14,5 bilhões em 2025). “É um termômetro para o último trimestre do ano, que ainda vai aquecer nas festividades de dezembro”, detalha o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes.

Nacionalmente, a expectativa é que o preço médio da cesta composta por 11 grupos de bens e serviços relacionados ao Dia das Crianças apresente uma variação de 8,5% em relação a 2024. A CNC prevê que, assim como no ano passado, o segmento de vestuário e calçados deverá ser o destaque da data neste ano, respondendo por 27% (R$ 2,71 bilhões) do volume projetado. Na sequência, aparecem os ramos de eletroeletrônicos e brinquedos (26% ou R$ 2,66 bilhões) e de perfumarias e cosméticos (22% ou R$ 2,15 bilhões).

O avanço médio de preços deverá ser puxado por alimentos, como chocolates (+24,7%); doces (+13,9%); e lanches (+10,9%). Outros itens considerados carros-chefes de vendas nessa data, como brinquedos e artigos de vestuário, tendem a registrar variações menores do que a do nível

geral de preços (+4,6%).

Cenário difícil

Segundo a CNC, o atual ciclo de aperto monetário produziu a maior taxa básica de juros (15% ao ano) em quase 20 anos. Para o consumidor, essa evolução dos juros

básicos da economia representa um processo de encarecimento do crédito

no qual a taxa média se encontra no maior patamar para meses de julho

(57,65% ao ano) desde o ano de 2017, de acordo com dados do Banco

Central.

Além de desacelerar a demanda pelo crédito, o maior peso do custo de

contratação de empréstimos e financiamentos tem produzido impactos

significativos sobre o nível de inadimplência do consumidor. De acordo com

a CNC, o percentual de famílias com contas em atraso atingiu o maior

patamar (30,4% das famílias) da série histórica da Pesquisa de

Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) iniciada em 2010.

Vendas no DF

Em Brasília, a pesquisa do Fecomércio-DF sobre intenção de compras e expectativas de vendas para o Dia das Crianças indicou que há um comportamento  misto por parte dos comerciantes. 53,6% dos lojistas acreditam que as vendas serão maiores do que as do ano passado; 24% projetam vendas menores e 22,4% esperam um desempenho similar. Observa-se uma tendência de menor otimismo desde 2022 na série histórica de expectativas. Entre os que esperam queda, 84,3% indicam a crise econômica como a principal causa. Já os lojistas otimistas destacam a possibilidade de impacto positivo da data sobre o desempenho das vendas (26,1%).

Conforme explicou o presidente do Sistema Fecomércio-DF, José Aparecido Freire, “os dados mostram um cenário de cautela, que acreditamos estar ligado aos altos juros, ao nível de inadimplência das famílias e dificuldades de acesso ao crédito. Ainda assim, a pesquisa indica espaço para crescimento de até 10% nas vendas, impulsionado pela disposição da maioria dos consumidores em comprar presentes e pelo aumento do ticket médio, o que demonstra a relevância do Dia das Crianças para o comércio local”, avaliou.

Quanto às preferências de compras na capital, os brinquedos aparecem em primeiro lugar (42,6%), seguidos por roupas (23,5%), calçados (11,3%), chocolates e trufas (5,1%), livros ou artigos de papelaria (3,2%) e cosméticos (3%). A maior parte das compras para o Dia das Crianças devem ser feitas em lojas físicas, de rua/bairro, e shoppings, que, juntas, representam aproximadamente 66,2% das escolhas. A pesquisa também apontou que a maioria dos brasilienses pretende quitar as compras no ato, a forma de pagamento imediata deve ser a principal. Pix/transferência (28,9%), débito (16,9%) e dinheiro (15,4%) somam 61,2% das escolhas.

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