Brasília voltou a figurar entre os estados mais competitivos do país. Pelo quarto ano consecutivo, o Distrito Federal ocupou a quarta posição no Ranking de Competitividade dos Estados 2025, levantamento elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Tendências Consultoria, a Gove e a Seall. Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira (27), durante o XIV Congresso Consad de Gestão Pública, realizado no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB).
A edição deste ano trouxe novidades importantes, como a inclusão do indicador de feminicídio – taxa de vítimas por 100 mil mulheres –, refletindo as demandas sociais mais urgentes. Ao todo, foram analisados 100 indicadores distribuídos em dez pilares temáticos, entre eles educação, infraestrutura, segurança pública, solidez fiscal, sustentabilidade ambiental, inovação e potencial de mercado.
No cenário nacional, São Paulo liderou mais uma vez o ranking, seguido por Santa Catarina e Paraná. Já o Distrito Federal consolidou-se como o melhor colocado da região Centro-Oeste, à frente de Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, que ficaram entre as dez primeiras posições.
Avanços do DF
Mesmo sem alterar sua posição geral, o Distrito Federal avançou em quatro pilares: Sustentabilidade Ambiental, onde subiu seis posições e assumiu a liderança nacional; Educação, em que ganhou duas posições e alcançou o segundo lugar; Infraestrutura, com crescimento de duas colocações e agora no terceiro posto; e Sustentabilidade Social, onde também se consolidou como primeiro colocado.
Segundo o diretor-presidente do CLP, Tadeu Barros, os resultados do DF refletem a eficiência na aplicação de recursos em áreas essenciais.“Sustentabilidade social mostra entregas em saúde, educação e igualdade de oportunidades. O destaque do DF significa que essas políticas finalísticas estão sendo feitas de maneira eficiente”, afirmou.
Barros reforçou que o objetivo do ranking é identificar boas práticas e apontar pontos de melhoria para que a gestão pública avance em direção à eficiência. “O que está dando certo deve continuar, e o que está dando errado precisa ser corrigido. No fim do dia, o que queremos é que o cidadão receba serviços melhores”, destacou.
Criado há 14 anos, o levantamento se tornou uma ferramenta estratégica para gestores públicos, justamente por permitir comparações entre estados e municípios a partir de evidências concretas. Para Barros, esse é um dos grandes diferenciais.“O ranking é dinâmico e se adapta às demandas atuais, incorporando novos indicadores a cada edição. Em 2025, incluímos a taxa de feminicídios. É uma obrigação jogar luz sobre esse problema. Quando falamos de empoderamento feminino e de lideranças femininas, precisamos também enfrentar os absurdos que temos visto nos últimos tempos”, disse.
Relevância nacional
O top-5 nacional se manteve estável, mas a edição de 2025 apresentou movimentações importantes no restante do ranking. Rio Grande do Norte foi o estado que mais avançou, subindo oito posições em relação ao ano passado e alcançando a 16ª colocação. Já Sergipe ganhou seis posições e chegou ao 12º lugar. Entre os estados do Nordeste, a Paraíba foi a melhor colocada, em 11º, pelo segundo ano seguido.
No extremo oposto, Amapá, Acre e Pará aparecem como os três últimos colocados. Ainda assim, o levantamento apontou bons resultados pontuais: Espírito Santo é líder em Solidez Fiscal, enquanto Roraima se destacou em Potencial de Mercado.
Paralelamente ao ranking dos estados, foi divulgada também a sexta edição do Ranking de Competitividade dos Municípios, que analisou as 418 cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes. O levantamento se baseia em 65 indicadores distribuídos em 13 pilares, entre eles saúde, educação, segurança, saneamento, inovação, inserção econômica e dinamismo econômico.
A proposta é oferecer uma radiografia detalhada da gestão municipal e, assim como no levantamento estadual, identificar boas práticas que podem ser replicadas em diferentes regiões do país. Para o CLP, o objetivo central é que os dados se transformem em ferramentas práticas de gestão. “Tomar decisões com base em dados e evidências é essencial para tornar o setor público mais eficiente. O Ranking orienta a formulação de políticas públicas a partir de diagnósticos precisos e indicadores consolidados. Com ele, o poder público avança para decisões mais embasadas em informações concretas e menos em opiniões”, destacou Barros.
A apresentação dos resultados no Congresso Consad contou com painéis com governadores, prefeitos, especialistas e lideranças públicas. A programação incluiu ainda a entrega do Prêmio Excelência em Competitividade, voltado a reconhecer boas práticas implementadas a partir das análises do ranking, e encerrou com uma palestra do atleta e apresentador Fernando Fernandes, que falou sobre superação e liderança.