Confusão e briga entre integrantes da gestão do Creci-DF

Por Luís Nova
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Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Distrito Federal (Creci-DF), Geraldo Nascimento, denuncia, com exclusividade ao Jornal de Brasília, sabotagem dos companheiros de gestão e uso indevido da autarquia para promoção pessoal. Segundo o presidente, o diretor tesoureiro, Acher Rodrigues, junto com o diretor secretário, Diego Gama, trabalham juntos para tomar o cargo de liderança máxima do Conselho local.

Geraldo Nascimento é o atual presidente do Creci-DF e comanda a gestão da autarquia pelo segundo triênio seguido (2022/2023/2024). De acordo com o denunciante, desde que voltou do seu afastamento para concorrer ao cargo de deputado distrital em 2022 várias sabotagens começaram, como instalações de câmeras escondidas, boicote as ações discricionárias do presidente, restrições de acesso a áreas no conselho e a retirada do acesso ao sistema de informação da instituição.

De acordo com a Portaria nº 68 de 1º de julho de 2022, do CRECI-DF, “compete ao Gabinete da Diretoria: I – Assistir o Presidente na sua representação política, de comunicação social e administrativa”. Este documento rege a estrutura organizacional do conselho, entretanto, segundo o denunciante, ao invés de assistir o presidente, seus colegas de gestão estão sabotando a autarquia.

Segundo Geraldo, as sabotagens começaram quando ele descobriu uma caixinha paralela para comprar itens básicos de escritório. Depois deste fato, os ataques começaram frequentemente. “Tudo no Creci tem que ser comprado com licitação. Sempre compramos os produtos por lote”, explica.

Na virada do ano, o presidente foi surpreendido outra vez. Ao retornar do recesso, encontrou câmeras de monitoramento em todo seu gabinete, inclusive uma escondida atrás de uma caixa de som da sala de reunião que filmava áudio e vídeo desta sala e do seu gabinete que é ao lado . Vídeo obtido com exclusividade pelo Jornal de Brasília mostra o presidente questionando aos companheiros de gestão a instalação do equipamento sem sua aprovação e ordem.

Geraldo Nascimento

Ainda segundo o denunciante, fizeram uma reforma em um estúdio de audiovisual de cerca de R$200 mil e ninguém tem acesso ao local, salvo o Diretor Tesoureiro que possui a chave de toda a estrutura. Outro ponto destacado por Geraldo, é que retiraram o seu acesso do sistema de informática do Creci-DF.

O presidente por não concordar com algumas práticas de seus integrantes marcou uma assembleia para resolver o problema em 7 de março de 2024. Entretanto, tal reunião terminou em tumulto e agressões de ambos os lados. A situação do Creci-DF segue conturbada e sem qualquer solução próxima. Em todo litígio, ambos os lados denunciaram em órgãos distintos. Geraldo procurou a PF para denunciar a ação dos seus companheiros de chapa. O tesoureiro e o secretário fizeram uma denúncia na OAB-DF.

Dois lados da História

A equipe de reportagem do Jornal de Brasília entrou em contato com os acusados pelo atual presidente do Creci Geraldo Nascimento. o Tesoureiro Acher Rodrigues informou que o assunto é interno e não cabe observação sobre o tema questionado, informando que o tema deve ser tratado diretamente com a área competente.

“Procure diretamente a Autarquia Federal, através de seus canais competentes, Superintendência, ou Assessoria Jurídica, que possuem as informações necessárias e poderão se manifestar legalmente sobre os assuntos ali abordados.A mim não compete qualquer observação ou comentário, visto tratar-se de assuntos internos que devem ser analisados e comentados por quem de direito em fazê-los”, conclui Acher Rodrigues.

Entretanto, essa reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Creci-DF, na terça-feira (9) às 19H39, solicitando o contato do Presidente da Autarquia para falar sobre as futuras eleições do conselho e não recebeu resposta até o término desta reportagem, 24h depois.

O diretor secretário Diego Gama informou que as acusações são narrativas pessoais criadas pelo atual presidente. De acordo com Diego, “Na administração pública fazemos apenas o que a Lei permite. No conselho não tem versão, tem instituição, que segue o que a Lei diz o que deve ser feito”, explica o diretor. “Eu não vou fazer guerra de narrativa com ninguém. Eu respondo com a técnica, tem aqui, seguir o que está na lei. Agora eu vou pegar alguém que não cumpre nenhuma norma e ficar contrapondo narrativa com essa pessoa que acha que pode fazer tudo. Como se fosse a casa dele”, conclui o secretário.

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