Por Vítor Ventura
Com a época de chuva, são comuns as poças de água em trechos e vias do Distrito Federal. Um grande desafio para muitos brasilienses é se manter seco, já que mesmo abrigados da chuva, são grandes as chances de algum carro passar sobre uma poça e fazer o estrago.
Para quem depende de transporte público, essa é uma preocupação frequente. Até por isso, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) orienta que motoristas tenham cuidado ao passar em locais com poças de água, especialmente quando há pedestres, ciclistas e motociclistas por perto.
De acordo com o artigo 171 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), usar o veículo para arremessar, sobre os pedestres ou veículos, água ou detritos é infração média, penalizada com multa de R$ 130,16 e o registro de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação.
“Pode não parecer, mas, ao lançar água ou detritos sobre os pedestres, ciclistas, motociclistas ou outros condutores, gera-se risco de sinistro de trânsito, pois pode atrapalhar a visibilidade tão importante para a segurança viária. Além disso, a atitude demonstra uma tremenda falta de civilidade e empatia com o próximo”, explica a gerente de Ações Educativas de Trânsito, Magda Brandão.
Apesar de ser uma infração difícil de ser fiscalizada, pelo fato de que o agente de trânsito precisa presenciar a ação, o Detran-DF já autuou 14 motoristas que lançaram água sobre pedestres, ciclistas ou motociclistas entre janeiro e novembro de 2025. No ano passado, foram registradas 34 infrações. Os dados são preliminares de acordo com o órgão de trânsito.
Segundo Magda, além de ser uma infração de trânsito, essa ação pode gerar acidentes. O susto de ser molhado inesperadamente pode levar um pedestre, ciclista ou até motociclista a perder o equilíbrio e cair; ou ainda, na tentativa de fugir da água, deixar de observar outras situações geradoras de risco de atropelamentos e colisões.
“Sejamos mais empáticos, cuidemos mais uns dos outros no trânsito. A chuva já traz tantas dificuldades de locomoção para quem está a pé, de bicicleta ou de moto. Não custa nada sermos mais gentis ao volante”, destaca a gerente.
Larissa Cardoso, 27, estava na W3 Sul esperando o ônibus para voltar para casa quando começou uma forte chuva na tarde desta quarta-feira. Disso, ela precisou subir no banco do ponto para evitar molhar os pés e também receber um banho dos motoristas que passavam pela via. “Já aconteceu de eu levar um banho. Eu estava voltando do trabalho para casa. Às vezes o motorista não está vendo a pessoa, ou não liga, acelera e acaba molhando todo mundo que estiver por ali. É a coisa mais comum”, relata.
A recomendação do Detran-DF é reduzir sempre a velocidade ao passar por esses locais, inclusive desviando das poças, quando possível. Ao fazer isso, o condutor protege os demais usuários da via e a si próprio, evitando a probabilidade de aquaplanagem e perda da direção veicular. Quem se protege da chuva agradece.
