Por Larissa Barros
Depois de semanas marcadas por calor extremo e baixa umidade, o céu do Distrito Federal começa a dar os primeiros sinais de mudança. Imagens de satélite do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram nuvens carregadas se aproximando de regiões de Goiás, no entorno da capital. O Inmet explica que a possibilidade de chuva forte nos próximos dias ainda é pequena, e que o calor e a seca devem persistir por mais algum tempo.
Segundo a meteorologista Pâmela Ávila, o mês de outubro marca a transição entre o período seco e o período chuvoso no Distrito Federal. Nessa época, as precipitações ocorrem de forma irregular e isolada, sem ainda representar o início efetivo da estação chuvosa. “Climatologicamente, as chuvas começam a se tornar mais frequentes e regulares a partir da segunda quinzena de outubro, consolidando-se em novembro, quando o período chuvoso se estabelece de fato na região”, explica.
Historicamente, as primeiras chuvas no DF costumam ocorrer em setembro, porém com volumes baixos, em torno de 40 milímetros no mês. Já em outubro, as precipitações se intensificam gradualmente, com média climatológica de cerca de 141 milímetros, concentradas principalmente na segunda metade do mês. Segundo o Inmet, o atual comportamento das chuvas está dentro do padrão esperado para o período, o que indica uma transição natural entre as estações.
Em relação às temperaturas, Pâmela afirma que os registros feitos até o momento nas estações meteorológicas automáticas do Inmet no DF não configuram recordes históricos para o mês de outubro. “Entretanto, considerando apenas o ano de 2025, as estações de Brasília (34,2 °C), Gama (35,8 °C) e Paranoá (34,7 °C) registraram as maiores temperaturas do ano no DF até o momento”, detalha a meteorologista.
Mesmo com a previsão de chuvas irregulares, o Inmet não descarta a ocorrência de pancadas intensas, acompanhadas de rajadas de vento e até queda de granizo. Isso porque as primeiras chuvas da temporada costumam acontecer sob forte instabilidade atmosférica, resultado do contraste entre o calor acumulado e o aumento da umidade no ar.
Enquanto o alívio não chega de forma consistente, os cuidados com a saúde devem ser redobrados. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) o clima seco favorece o surgimento de doenças respiratórias, já que a baixa umidade resseca as vias aéreas e a mucosa nasal, reduzindo a proteção natural do organismo e facilitando a entrada de vírus e bactérias.
Entre os sintomas mais comuns nesse período estão coriza nasal, espirros, tosse e secreção amarelada ou esverdeada, característicos de resfriados, rinite alérgica e sinusite bacteriana. Também são frequentes laringites, faringites, traqueítes e bronquites, que podem causar falta de ar, chiado no peito e sensação de cansaço.
A pasta recomenda hidratação constante, tanto por meio da ingestão de líquidos quanto com a higienização das vias nasais com soro fisiológico, além do uso de umidificadores de ar, roupas leves, hidratantes corporais e colírios. Banhos muito quentes e demorados devem ser evitados, assim como a prática de atividades físicas ao ar livre nos horários de maior calor ou baixa umidade.
O cuidado deve ser ainda maior com crianças e idosos. No caso das crianças, a recomendação é evitar a substituição da água por sucos ou bebidas açucaradas. Já os idosos, por sentirem menos sede com o passar dos anos, são mais suscetíveis à desidratação. Sinais de alerta incluem urina escura, boca seca, tontura, câimbras, fraqueza e, em casos mais graves, confusão mental.
Pacientes que apresentarem sintomas leves, como febre, coriza e tosse, devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Casos mais graves são encaminhados para atendimento com especialistas, como otorrinolaringologistas, pneumologistas ou infectologistas.
