Por Luís Nova
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Uma obra demandada por moradores de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia por anos é atacada por vândalos após 305 dias inaugurada. Essa é a realidade do Túnel Rei Pelé, que atravessa o centro de Taguatinga, após 10 meses de perfeito funcionamento, pichadores e outros irresponsáveis decidiram depredar um monumento comum a todos. O administrador de Taguatinga, Bispo Renato, define a ação criminosa como revoltante. “Foram anos de espera por uma obra tão importante e o homenageado também é alguém extremamente importante para o futebol e para o Brasil”, destaca o administrador.
Quem olha o monumento percebe cartazes colados em toda extensão da obra, além de pichações e retiradas de textos da placa de inauguração. Após os ataques à arte, o administrador registrou um boletim de ocorrência e o local foi periciado. “A polícia já identificou a empresa que colocou a publicidade e o autor responderá penalmente e civilmente por essa ação”, garante o Bispo Renato.
O auxiliar de pedreiro Vitor Santos, de 25 anos, ficou revoltado com a depredação do monumento. Todos os dias ele passa pelo local e está indignado com a ação criminosa.
“O túnel é uma maravilha. Tudo melhorou aqui. Daí vem alguém e destrói, isso não é bom para nós. Essas pessoas têm que ser presas e pagar pelo que fizeram. É muito dinheiro investido e esse dinheiro é do povo.”
Vitor Santos
A funcionária de uma empresa de limpeza, Rosimeire Rodrigues, de 60 anos, acha um absurdo alguém depredar um bem público. Ela adora o túnel e não concorda com o homenageado, mas acredita que todos tem que zelar pela obra que é de todos. “É um vandalismo sem explicação. Não deveria ser assim. Nada justifica uma ação dessa. É tão bom ver tudo certinho, tudo limpinho”, afirma Rosimeire.
O túnel Rei Pelé foi inaugurado no aniversário de 65 anos de Taguatinga, no dia 5 de junho de 2023, após mais de três anos de obras. Ele liga a Estrada Parque Taguatinga (EPTG/DF-085) à avenida Elmo Serejo. A obra custou mais de R$372 milhões de reais.
Lei para combater pichação
Pichar bem público é crime ao patrimônio e, no DF, é considerado uma infração administrativa gravíssima, podendo o autor ser multado em R$100 mil por depredação a monumento ou bem tombado, além do ressarcimento das despesas de restauração. Esta penalidade está prevista na Lei Distrital 6.094 de 2 de fevereiro de 2018, de autoria do deputado Bispo Renato.