Estudo indica que o DF é o local do Brasil mais seguro para dirigir

Por Vítor Ventura

Vias bem sinalizadas, boa gestão de segurança e fiscalização eficiente são alguns dos fatores que colocaram o Distrito Federal como o lugar do Brasil mais seguro para dirigir. O estudo do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) avaliou vários índices de segurança entre as 27 unidades da federação (UFs). A análise foi feita através da pesquisa de Indicadores Rodoviários Integrados de Segurança (IRIS), e a capital federal liderou o ranking.

O IRIS estabelece indicadores de desempenho para diagnosticar o nível de segurança viária nas unidades da federação. Os indicadores foram classificados conforme os seis pilares do atual plano de ações do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), com a adição de um sétimo para medir a taxa de óbitos. Ao todo, foram sete pilares: (I) gestão da segurança no trânsito; (II) vias seguras; (III) segurança veicular, (IV) educação para o trânsito; (V) vigilância, promoção da saúde e atendimento às vítimas; (VI) normatização e fiscalização; e (VII) indicadores de mortalidade.

Com o balanço da pontuação alcançada nesses pilares, cada UF poderia alcançar até 5 pontos. O DF liderou o ranking com 4 pontos, seguido pelo Rio Grande do Sul (3,86) e Goiás, Paraná e Rio de Janeiro empatados com 3,71. As UFs com menor pontuação foram Amazonas (1,86) e Pará (2,14). 

O Jornal de Brasília conversou com quem enfrenta diariamente o trânsito do Distrito Federal para saber a avaliação sobre o assunto. Para João Paulo Pereira, motorista de aplicativo de 40 anos, em comparação a outros locais onde já passou, Brasília foi a cidade que apresentou mais segurança no trânsito. “No geral, eu acho o trânsito de Brasília organizado. Eu já dirigi no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Goiânia e também em Minas Gerais. De todos esses lugares, Brasília foi onde achei melhor [dirigir]”, relatou o motorista.

João Paulo trabalha como motorista de aplicativo há quatro anos. Ele contou que costuma rodar pelo DF de 8 a 10 horas por dia. Segundo ele, a sinalização das vias é um ponto positivo: “As principais vias daqui são bem sinalizadas. Eixão, estrutural, DF-070. Eu acho muito boas as sinalizações”, afirmou. No entanto, João Paulo ressaltou que existem pontos que ainda deixam a desejar no trânsito da capital. O celular ao volante é um deles. “Já bateram no meu carro três vezes, e em todas elas o outro motorista estava mexendo no celular”, disse.

Segundo o estudo do ONSV, o uso de celular ao volante é um dos principais fatores de distração, mas também uma das infrações menos flagradas. “Goiás, Rio de Janeiro e Distrito Federal têm as maiores taxas — possivelmente resultado de investimentos em capacitação de agentes e operações educativas”, indicou o relatório. Ainda de acordo com o documento, estados com maior número de infrações registradas nem sempre são os que têm “piores condutores”, mas sim os que conseguem fiscalizar com mais rigor e educar com mais consistência.

O taxista Israel Vasconcelos, de 60 anos, considerou que a segurança no trânsito no DF só não é maior principalmente por uma questão de conscientização dos motoristas. “O trânsito em si é muito complicado, é muito congestionado. Os motoristas aqui são péssimos”, contou. Há 30 anos atuando como taxista, Israel também destacou a organização nas pistas. “A sinalização é aceitável. É tudo muito bem iluminado e traçado”, avaliou o motorista.

Ele relatou que nunca passou por uma situação muito perigosa no trânsito porque sempre busca dirigir pensando na segurança dele e na dos outros motoristas. “Eu sempre tento dirigir com segurança, mas a gente ainda vê muito em Brasília esses acidentes diários. Acho que ainda precisa de muita conscientização”, comentou.

Busca por mais segurança

No relatório, foi descrito que o DF possui altos índices de integração ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), algo que eleva o patamar da capital como um lugar seguro para dirigir. O SNT é o conjunto de órgãos e entidades de trânsito, seja

normativo, consultivo ou executivo, pertencentes à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios, que se integram, com a finalidade de exercício das atividades de planejamento, administração, normatização, pesquisa, registro e licenciamento de veículos, formação, habilitação e reciclagem dos condutores, educação, engenharia, operação do sistema viário, policiamento, fiscalização, julgamento de infrações e de recursos e aplicação de penalidade.

O diretor-geral do Detran-DF, Marcu Bellini explicou que uma das maneiras de garantir mais segurança é reforçar a educação no trânsito. “Queremos educar mais para multar menos. Temos uma diretoria dedicada exclusivamente a isso e realizamos ações em escolas, bares, restaurantes e diversos pontos da cidade para aproximar a sociedade e conscientizar sobre a importância de respeitar as leis de trânsito. O resultado é um trânsito mais seguro, pacífico e que protege o bem maior, que é a vida”, destacou.

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